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Progressistas: quem são e o que defendem?

Progressistas quem sao e o que defendem Identita - Identità

As ideias progressistas estão relacionadas à busca por mudanças sociais, avanços em direitos humanos, igualdade, justiça social, sustentabilidade, liberdades individuais e coletivas. Ou seja, nos remete à intenção de evoluir!

Norberto Bobbio, filósofo da democracia e defensor dos direitos humanos, considerado um dos pensadores mais importantes do século passado define o conceito da seguinte maneira: “O progresso pode ser definido como a ideia de que o curso das coisas, especialmente da civilização, conta com um gradual crescimento no bem-estar ou da felicidade, com uma melhora do indivíduo e da humanidade, constituindo um movimento em direção a um objetivo desejável”. 

Nas palavras de Paulo Loiola, estrategista político, sócio-fundador da Baselab.cc, e professor de marketing político na Uninter, ser progressista hoje no Brasil significa buscar soluções para as desigualdades sociais e econômicas que atrasam o desenvolvimento brasileiro. “Em um dos países mais desiguais do mundo e com um histórico autoritário, ser progressista é defender o aprofundamento das políticas de inclusão social e a manutenção da plena democracia. Há também um compromisso com a liberdade que conecta esse campo.”

Mas afinal, progressistas são de esquerda ou de direita?

É possível encontrar pessoas que se identificam como progressistas tanto na esquerda quanto na direita no espectro político. No entanto as abordagens e objetivos podem ser distintos, afinal o que um grupo considera progresso, outro pode considerar retrocesso. E isso pode variar de acordo com o contexto histórico.

No século 18, por exemplo, ser progressista era defender a ciência e a tecnologia. Já no século 19, foi associado ao liberalismo democrático e ao socialismo. Enquanto o século 20 teve como foco os direitos humanos e sociais.

Este tema é bem complexo, mas podemos ressaltar algumas diferenças típicas entre os progressistas no Brasil do século 21:

Progressistas de Esquerda:

  • Defendem políticas que visam reduzir as desigualdades sociais e econômicas, como programas de assistência social, redistribuição de renda e investimento em educação e saúde pública.
  • Costumam apoiar medidas de proteção ao meio ambiente e sustentabilidade, bem como políticas voltadas para a energia limpa e a redução de emissões de gases do efeito estufa.
  • São a favor dos direitos civis, das liberdades individuais e de políticas de inclusão para grupos historicamente marginalizados como mulheres, minorias étnicas, LGBTQIA+, entre outros.

Progressistas de Direita:

  • Buscam promover mudanças dentro de um contexto conservador, defendendo valores tradicionais e a preservação da cultura e da identidade nacional.
  • Podem ser favoráveis a políticas de estímulo econômico e redução de impostos para o setor privado, acreditando que a iniciativa privada pode ser um motor para o progresso.
  • Embora possam discordar em algumas questões sociais, também podem apoiar pautas como a defesa dos direitos individuais e a liberdade de expressão.

Loiola explica que as principais diferenças do progressismo de esquerda e direita é que um progressista de direita defende a plena liberdade econômica e social, e podem ser aliados na defesa da democracia, das instituições, da liberdade de expressão e da defesa do alinhamento do Brasil com países democráticos. Enquanto o progressista de esquerda está mais ativo na pauta da redução de desigualdade e na defesa das identidades historicamente desfavorecidas.

As vertentes do progressismo

Especialistas evitam identificar o progressismo como algo de esquerda ou de direita, no entanto podemos notar que cada vez mais os candidatos estão se unindo pela transformação social necessária independente do partido.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou uma “união progressista” de seu partido, o PT, com PCdoB, PV, PSB, PSOL e Rede, como forma de impedir o ressurgimento do fascismo. Ele propõe a inclusão das camadas mais pobres da sociedade com medidas como Bolsa Família, valorização do salário mínimo e aumento do crédito consignado, sem, entretanto, adotar qualquer tipo de radicalização.

Segundo o estrategista político, o campo progressista pode ser mais ou menos radical, não extremista, como na direita. Setores mais radicais propõem a mudança de todo o sistema, enquanto mais moderados defendem que os problemas do sistema podem ser corrigidos através de políticas públicas.

Sendo assim, progressistas podem divergir de opiniões entre si, e um exemplo muito simples que podemos citar é referente à liberdade de expressão. Enquanto alguns consideram que a mesma deve ser irrestrita por fazer parte da luta pelas liberdades individuais, outras correntes acreditam que a liberdade de expressão absoluta resultaria na propagação do ódio que buscam combater.

E aí conseguiu identificar que tipo de progressista você é?

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