Política, Vestuário

Vestir-se é um ato político?

Vestir se e um ato politico - Identità

O que está em alta é fazer uma moda feliz para todos e todas, não importa o tamanho, gênero ou a etnia.

Muitas fronteiras estão fechadas, milhões estão desempregados e indústrias inteiras foram dizimadas. E o que tudo isso tem a ver com moda? Tudo, na verdade. A moda é um negócio global de US$ 2,5 trilhões e que, antes do coronavírus, empregava cerca de 8 milhões (direta e indiretamente) no Brasil.

De acordo com algumas estimativas, a indústria é responsável por até 10% das emissões de carbono mundiais anuais. A moda também invoca sonhos, desafia normas da sociedade e reflete de volta o que acredita sobre si mesma. E ainda a pergunta persiste: a moda pode ser política? Para a qual a resposta adequada deve ser: ela não foi sempre?

Sempre foi. E agora, mais do que nunca. Espelho de seu tempo, ela reflete hoje a transformação radical pela qual passa o mundo – e discute feminismo, diversidade, sustentabilidade e equidade racial.

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“A novidade só pela novidade está em baixa; o que está em alta é fazer uma moda feliz.”

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Nada passa ilesa pela história e, no mundo globalizado em que vivemos, é difícil de imaginar qualquer coisa que não seja constantemente impactada pelos acontecimentos políticos, econômicos, e sociais.

De um lado, uma indústria poderosa, que preserva o glamour da alta costura, alça modelos ao estrelato, cria sonhos de consumo; mas ao mesmo tempo, carrega uma narrativa simbólica, marcada por atos de luta e ativismo que permitiram que se adequasse a cada época e a transformaram no que é hoje. Moda é ferramenta de expressão e política, usada muitas vezes pelos movimentos de mulheres.

Em 1968, por exemplo, quando o mundo borbulhava com manifestações e oposições mil, um protesto nos Estados Unidos chamou a atenção. Cerca de 400 mulheres se reuniram em frente ao teatro onde acontecia o concurso “Miss América” para se libertar de instrumentos de opressão: sutiãs, sapatos de salto alto, espartilho, cintas e até produtos de beleza – daí vem a famosa história da queima do sutiã, que aconteceu apenas simbolicamente.

Muitas das participantes, enquanto questionavam o patriarcado, exibiam suas controversas minissaias. O evento fez parte de década de muito questionamento, que inspirou desejos de liberdade durante os anos 1970.

De um modo geral, não importa que roupas você veste, alguém as fez. Você sabe quem? E como? A mais nova forma de moda política é ser capaz de contar essa história.
A novidade só pela novidade está em baixa; o que está em alta é fazer uma moda feliz para todos e todas, não importa o tamanho, gênero ou etnia.

Fontes:

https://claudia.abril.com.br/moda/moda-politica/

https://vogue.globo.com/Vogue-Negocios/noticia/2021/01/reflexao-moda-pode-ser-politica.html

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